quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Setor Sucroenergético - Mapa da Produção








A produção de cana-de-açúcar se concentra nas regiões Centro-Sul e Nordeste do Brasil. O mapa acima mostra em vermelho as áreas onde se concentram as plantações e usinas produtoras de açúcar, etanol e bioeletricidade, segundo dados oficiais do IBGE, UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas – SP) e do CTC (Centro de Tecnologia Canavieira).

Preços

Tratando-se do setor de açúcar e álcool, um primeiro aspecto relevante a ser considerado é a variabilidade de preço observada ao longo do tempo. Essa variação refere-se não somente aos diferentes níveis constatados em anos-safras consecutivos, mas ainda as variações observadas entre os diferentes meses do ano-safra. A variação dos níveis de preço no mercado sucroalcooleiro, constatadas em anos safras consecutivos, estão diretamente relacionadas à quantidade de cana-de-açúcar produzida e aos destinos dessa matéria-prima (produção de açúcar ou álcool).
Em relação ao açúcar, o preço médio do ano-safra 2002/2003 foi superior ao de 1999/2000, no qual se observou o menor preço médio dos últimos anos (Tabela 1). O álcool, por sua vez, apresentou a maior diferença de preços entre 1998/1999 e 2000/2001 (Tabela 2). Os dados demonstram que, quanto maior a produção de um bem, menor será o seu preço no mercado. 
Pode-se notar, ainda, as variações presentes ao longo dos meses do ano, que estão associadas ao ciclo produtivo da cana-de-açúcar. Durante os meses de safra (abril, maio a novembro e dezembro) há maior competição entre os produtores, o que gera queda do preço quando comparados aos meses de entressafra.
 

  
 Fontes: Cepea/Esalq e União da Indústria da Cana-de-açúcar.
Tabela 2. Preço real de álcool anidro (valores de abril de 2006) e produção
total de álcool o Estado de São Paulo - safras
 1998/1999 a 2006/2007.
 
Fonte consultada:
BACCHI, M. R. P. A indústria canavieira do Brasil em clima otimista. [Piracicaba]: Cepea, 2006. (Artigo publicado na revista Futuros Agronegócios, p. 22-25, jun. 2006, com o título "O bom preço da cana").


Bioeletricidade


A energia da biomassa da cana-de-açúcar tem todos os requisitos para complementar a 
hidroeletricidade. Mas, sendo o Brasil um país abastecido sobretudo pela energia gerada pelas águas, e com tantos rios ainda não aproveitados como fonte energética, é de 
se perguntar por que defender a opção por uma fonte complementar. Afinal, as enormes bacias hídricas brasileiras não seriam suficientes? Um estudo coordenado por Nivalde José de Castro, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e coordenador do Gesel (Grupo 
de Estudos do Setor Elétrico), demonstra por que a resposta é negativa, e por que a biomassa da 
cana seria complemento fundamental à geração de energia hídrica. 
   
O setor elétrico brasileiro, como se sabe, é abastecido preponderantemente pela geração hídrica. A energia que vem dos rios tem sido responsável por cerca de 90% da carga elétrica no país. 
É uma participação notável, sobretudo quando se leva em conta a irregularidade das chuvas, 
concentradas no verão e início de outono, entre dezembro e abril.
Não se trata de sazonalidade pouco relevante: entre o pico das chuvas, em fevereiro, e o piso, 
em agosto e setembro, há uma redução de dois terços da Energia Natural Afluente, que os especialistas chamam de ENA e que significa o potencial energético dos rios. 
Se dependesse apenas da natureza, teríamos energia elétrica sobrando na estação úmida e apagões durante a seca. É por isso que grandes reservatórios foram construídos. Eles têm o objetivo 
de, ao armazenar a água excedente durante as chuvas, garantir o atendimento da demanda 
de energia na seca, reduzindo o impacto da sazonalidade. Essa energia potencial da água dos 
reservatórios é chamada de Energia Armazenada (EAR).
É esse, em suma, o atual desenho do sistema elétrico brasileiro. Se ele pudesse ser desenvolvido 
indefinidamente, o debate sobre a matriz energética não teria muita urgência. Mas o fato é que 
esse desenho tem restrições de ordem geográfica. Não que o Brasil não tenha potencial hídrico a explorar. Mas a verdade, da qual nem todos se dão conta, é que o perfil do sistema hídrico 
está em transição. A perspectiva é de que a quantidade de energia gerada pelos rios cresça sem 
novos reservatórios de grande porte, o que reduzirá a capacidade de armazenar água e regularizar a geração hídrica.
Se o modelo tem dado certo, por que não manter a diretriz de construção de reservatórios? Por dois motivos. Primeiro, porque a construção de barragens com grandes 
reservatórios passou a sofrer restrições impostas pela legislação ambiental. Segundo, porque o potencial hídrico remanescente se concentra na região Norte, onde predominam rios que cortam planícies, cuja topografia suave é inadequada para a 
construção de reservatórios. O que se prevê para os próximos anos é a construção 
das chamadas usinas a fio d’água, que não têm reservatórios significativos.
Não se trata de um problema a ser enfrentado num futuro remoto. A questão já 
está colocada: a evolução da geração de energia não tem sido acompanhada pelo 
aumento correspondente na capacidade de armazenamento. Em 2000, os reservatórios eram capazes de armazenar mais de seis vezes a energia equivalente a mais de 
seis meses de consumo. Em 2012, estima-se que consigam armazenar apenas quatro 
vezes e meia. E nos anos seguintes, sem novos reservatórios de porte, a capacidade 
de regularizar a geração de energia diminuirá ainda mais.
É por isso que serão cada vez mais necessários recursos alternativos de geração de energia no 
período seco. Essa nova característica do Sistema Elétrico Brasileiro indica a rápida transição 
para um sistema hidrotérmico.
A forma mais simples de efetivar essa transição seria acionar as geradoras termoelétricas nos 
meses secos. O problema é o custo elevado. A maior parte dessas termoelétricas gera uma energia cara e, muitas vezes, a partir de combustíveis fósseis e poluentes. Mais de dois terços delas 
têm um Custo Variável Unitário (CVU) superior a R$ 200/MWh.
A realidade é que essas termoelétricas foram contratadas com expectativa de baixa frequência 
de uso. O custo reconhecidamente elevado é compensado pela baixa utilização, apenas para 
compensar a afluência desfavorável dos rios em anos de seca mais intensa. Mas, se forem acionadas com mais regularidade, para suprir uma deficiência estrutural, acabarão impondo custos 
elevados à sociedade

Fonte:

Da indústria para o consumidor


As usinas possuem armazéns de açúcar e de álcool com a finalidade de armazenar estes produtos por longos períodos de tempo a fim de regular e organizar o planejamento de transporte e logística das distribuidoras.
  

Para que o açúcar e o álcool cheguem ao consumidor final existem empresas de distribuição e exportação especializadas. Para o mercado interno, o transporte desses produtos é feito, principalmente, por rodovias, saindo da indústria diretamente para as bombas de combustíveis ou supermercados. A utilização de outras formas de transporte de açúcar e álcool, como o ferroviário e o naval, ainda são pouco utilizadas. Contudo, são os setores que mais crescem no país, por sua maior eficiência em relação ao transporte rodoviário em longos trechos.
Já para o mercado externo, o sistema de logística e transporte é mais complexo, pois pode ser feito por via rodoviária, férrea e, no caso do álcool, o uso de alcooldutos ligando as usinas aos portos. Para que o porto tenha condição de exportar etanol é necessário que possua uma infra-estrutura própria para o armazenamento e carregamento para os navios por ser um material inflamável. Já a exportação de açúcar exige armazéns para estocar o produto no porto e pode ser exportado a granel ou ensacado.
  



  

O maior problema do transporte de açúcar nos portos é ambiental, pois é um produto muito solúvel e, em dias de chuva, não é feito o carregamento para os navios (Figura 4). Ao chegar nos países consumidores, o açúcar é descarregado e levado para a indústria de alimentos ou embalado para a venda no varejo, sendo que sua distribuição é feita, principalemente, por rodovias. O álcool também é descarregado em armazéns para a distribuição nas indústrias alimentícias e o etanol combustível é destinado para refinarias, onde são feitas as misturas à gasolina, e posteriormente, é distribuído nas bombas de combustível.
  




Fonte:
http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/cana-de-acucar/arvore/CONTAG01_133_22122006154842.html

Logística e transporte


O setor agroindustrial canavieiro iniciou, sobretudo nas últimas décadas, um processo de pesquisa e desenvolvimento que garante seu destaque no setor agrícola brasileiro. As usinas de cana-de-açúcar procuram se adequar ao cenário da economia nacional por meio de inovações a fim de integrar as áreas agrícola e industrial.
Para tanto, o empresário deve atentar para uma série de procedimentos, pois a logística de uma empresa do setor sucroalcooleiro deve basear-se em sistemas integrados devido à necessidade de coordenação de todas as atividades que envolvem essa cadeia produtiva.
A necessidade de implantar técnicas, equipamentos e recursos para beneficiar o planejamento e o controle do processo produtivo decorre do aumento da competitividade no setor. O aprimoramento dos sistemas logísticos, por meio de novas estratégias gerenciais para o transporte da cana, é um exemplo entre as diversas inovações que fazem parte do setor sucroalcooleiro. Os sistemas logísticos são fundamentais para melhorar a eficiência operacional das usinas de cana-de-açúcar, pois atuam na integração de operações agrícolas e industriais.
A compreensão da importância da ligação entre as áreas agrícola e industrial da cadeia produtiva sucroalcooleira é relevante para que a empresa tenha vantagem competitiva em relação à qualidade do principal insumo que utiliza - a cana-de-açúcar - e ao investimento em sistema de corte, carregamento e transporte.
Um aspecto importante dos sistemas logísticos é a forma de coordenar os processos de corte, carregamento e transporte de cana do campo até a área industrial, de maneira a suprir adequadamente a demanda necessária na área industrial. Os custos do corte, carregamento e transporte representam 30% do custo total de produção da cana, sendo que somente os gastos com transporte equivalem a 12% desse total.
Da mesma forma, o sistema de recepção, que compreende operações como pesagem, amostragem, armazenagem intermediária e descarga de cana nas moendas, deve operar com um fluxo de cana transportada do campo à usina que permita alimentação uniforme das moendas. Caso contrário, pode haver paradas nas moendas, o que é altamente prejudicial por conta dos altos custos da ociosidade de máquinas. Manter a moenda funcionando com quantidade de cana insuficiente gera desperdícios de energia, desgaste desnecessário dos equipamentos etc.
A quantidade ideal de cana a ser transportada do campo para a usina pode mudar de acordo com variações do ambiente, como clima, localização das frentes de corte (quando a colheita precisa ser feita em áreas muito distantes da usina), tipo de estrada e especificações da frota. Por outro lado, a ociosidade de caminhões no pátio também é motivo de grande preocupação devido ao alto custo de investimentos, mão-de-obra e combustível, além da falta que estes veículos fazem no campo, pois se não houver caminhões disponíveis para receber a cana colhida, não haverá trabalho para operários e máquinas. Outro fator relevante é que a cana - inteira ou picada - principalmente se for queimada, pode se deteriorar caso permaneça por muito tempo em estoque ou em fila no pátio de descarga.
Portanto, a logística dos sistemas de corte, carregamento, transporte e recepção de cana-de-açúcar é muito complexa. É importante ter uma visão sistêmica dessa cadeia, pois a abordagem tradicional trata cada subsistema separadamente ou, quando muito, utiliza valores médios de desempenho de equipamentos para relacionar dois sistemas - por exemplo, carregamento e transporte - sem a preocupação com as conseqüências para outros sistemas.

Fonte:

OBTENÇÃO DO ETANOL (ÁLCOOL ETÍLICO) : VIA SINTÉTICA E VIA FERMENTATIVA

O etanol pode ser obtido por três maneiras gerais: via destilatória, via sintética e via fermentativa ou biológica.

a) Via destilatória: não tem significação econômica no Brasil. Aplica-se esporadicamente em certas regiões vinícolas para controle de preço de determinadas castas de vinho de mesa. No Brasil já houve época em que a aguardente de cana foi desidratada com a finalidade de suprir a falta de gasolina.
b)Via sintética: dependendo da disponobilidade pode-se partir de diversas matérias primas, tais como: eteno, acetileno, gases de petróleo, anidrido carbônico e etc.
c)Via fermentativa ou biológica: parte-se de matérias primas açucaradas (cana-de-açúcar, melaço, sorgo, sacarino, sucos de frutas, cereais e etc) que após sua transformação em mosto, são submetidas ao processo fermentativo resultando, como produtos o álcool e o anidrido carbônico. A obtenção do álcool de fermentação pode ser resumida pela equação de GAY-LUSSAC.
 2C - C  OH + 2C  + 23,5 cal
ÁLCOOL ETÍLICO
Genéricamente, chama-se álcool a espécie química denominada álcool etílico, etanol, etc.
Fórmula.............................................................................................  OH
Peso Molecular.................................................................................46,070
Densidade a 20° C g/c ................................................................... 0,789
Índice de Refração.............................................................................. 1,362
Ponto de Fusão................................................................................... -111,8
Ponto de Ebulição............................................................................... 78,32
Solubilidade em água.......................................................................... ∞
TIPOS DE ÁLCOOL
Independentemente da sua origem e, segundo a sua concentração e pureza, o álcool pode-se apresentar entre os seguintes tipos:
1) ÁLCOOL RETIFICADO:o álcool retificado é o produto da purificação e concentração dos flegmas ou de álcool bruto (segunda), com um teor alcoólico, variando de 95 à 97 G.L. Em função do processo de purificação a que foi submetido, o álcool retificado pode ser classificado em:
a) Industrial: obtido da purificação parcial de flegmas, especialmente em destilarias anexas as usinas de açúcar, contendo ainda uma pequena % de impurezas e apresentando as seguintes características:
Grau alcoólico ....................................................... 95,2° G.L. (mínimo)
92,7° I.N.P.M (mínimo)
Acidez total ............................................................ 3 mg/100ml (máximo)
Reação de Barbet .................................................. 2 minutos (mínimo)
b) Fino: obtido da purificação de flegmas, contendo uma menor % de impurezas e, apresentando as seguintes características:
Grau alcoólico ....................................................... 96,2° G.L. (mínimo)
94,1° I.N.P.M. (mínimo)
Acidez total ............................................................ 1,8 mg/100 ml (máximo)
Reação de Barbet ................................................... 10 minutos (mínimo)
c) Extra-fino: obtido da purificação de flegmas, retificado industrial, etc; contendo uma pequena % de impurezas e apresentando as seguintes características:
Grau alcoólico ....................................................... 96° G.L. (mínimo)
94,1° I.N.P.M. (mínimo)
Acidez total ............................................................ 0,5 mg/100 ml (máximo)
Reação de Barbet .................................................. 15 minutos (mínimo)
d) Neutro: obtido através de um processo de ratificação mais apurado de flegmas, alcoóis retificados e álcool bruto (segunda) , contendo apenas traços de algumas impurezas, apresentando as seguintes exigências:
Grau alcoólico .................................................... 96° G.L. (mínimo)
94,1° I.N.P.M. (mínimo)
Acidez total ........................................................ nihil
Reação de Barbet .............................................. 45 minutos (mínimo)
2) ÁLCOOL BRUTO: o álcool de segunda é obtido no processo de apuração do vinho ou de flegma, contendo cerca de 3% de impurezas (aldeídos, acetatos, ácidos voláteis, alcoóis superiores, furfural, etc) e apresenta-se com as seguintes especificações:
Grau alcoólico ..................................................... 92° G.P. (mínimo)
88,5° I.N.P.M.
Acidez total ........................................................ 100 mg/100 ml (máximo)
3) ÁLCOOL ANIDRO: o álcool anidro ou absoluto é obtido da desidratação das misturas hidro-alcoólicas e apresenta as seguintes características:
Grau alcoólico ....................................................... 99,6° G.L. (mínimo)
99,3° I.N.P.M. (mínimo)
Acidez total ........................................................... 3 mg/100 ml (máximo)
4) ÁLCOOL DESNATURADO: são os alcoóis aos quais foram adicionados substâncias que os tornaram imprestáveis para o preparo de bebidas e aplicações similares. Estas substâncias adicionadas em pequenas proporções são o azul de metileno, cânfora, a piridina, etc. Substâncias desmaturantes são de difícil separação por processos químicos, físicos e mecânicos.


Fonte:
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAlSUAG/producao-etanol-a-partir-cana

Pós Produção


Nesta etapa da pós-produção são abordados os aspectos relacionados à agroindústria da cana, como:
  • processamento da cana-de-açúcar, açúcar e álcool;
  • logística e transporte; insumos e equipamentos;
  • gestão industrial;
  • avanço tecnológico;
  • pesquisa, desenvolvimento e inovação.
Na pós-produção, além da colheita, são realizadas, também, atividades de pós-colheita, como: automação e controle de operações; manutenção e análise de equipamentos; sistemas de gestão operacional para otimização dos processos de produção e de transporte. Estão previstas, também, as atividades que envolvem o desenvolvimento de pesquisas tecnológicas para a expansão da cultura da cana-de-açúcar, sobretudo para o aumento da produtividade da cultura canavieira.
A Figura 1 apresenta as principais etapas de toda a cadeia produtiva da indústria sulcroalcooleira.
  

Fonte consultada:
COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL (SP). A produção mais limpa (P+L) no setor sucroalcooleiro: informações gerais. São Paulo, 2002. 14 p.

Produção da cana de açúcar


A combinação entre clima, solo e variedades determina a produtividade da cana-de-açúcar. Desta forma, as maiores produtividades são atingidas utilizando-se a variedade indicada ao seu ambiente de cultivo, em um solo com propriedades físicas, químicas e biológicas adequadas.
A produtividade agrícola é medida em termos de toneladas de cana por hectare, sendo que, recentemente, passou-se a considerar, também, o volume de açúcar e álcool produzidos por tonelada de cana, por hectare. O controle de pragas e de plantas daninhas também é importante para evitar a redução da produtividade.
O planejamento agrícola começa bem antes do plantio e não termina na colheita, e é extremamente importante para sua exploração econômica. Deve-se fazer, portanto, uma análise de todos os componentes de produção, inclusive dos custos de implantação. Este estudo deverá considerar determinados fatores, como:
    • manejo (solo, pragas, doenças, plantas daninhas, irrigação);
    • tipos de técnicas a serem adotadas;
    • insumos;
    • máquinas e implementos;
    • variedades a serem escolhidas;
    • distribuição das variedades nos tipos de solos a serem explorados;
    • ambiente de produção;
    • épocas de plantio;
    • elaboração do cronograma físico-financeiro;
    • serviços em geral. 
    Quanto maior o número de variáveis envolvidas, mais dificuldades o responsável agrícola poderá encontrar para realizar o planejamento (Figura 1) e prever os efeitos de decisões antes de serem tomadas.



    Fonte consultada:
    BRUGNARO, C.; SBRAGIA, R. (Coord.) Gerência agrícola em destilarias de álcool. 2. ed. Piracicaba: Ministério da Indústria e do Comércio, 1986. 212 p.

    Pré produção da cana de açúcar


    As características estruturais básicas do setor canavieiro nacional foram herdadas da longa fase de planejamento e controle estatal, ocorrida antes da desregulamentação do setor, em 1990. Os principais aspectos institucionais eram:
    •  produção agrícola e fabril sob controle das usinas;
    • diversidade dos meios de produção, especialmente na industrialização da cana;
    • baixo aproveitamento de subprodutos e competitividade fundamentada, sobretudo, nos baixos salários e na expansão da produção.

      Havia muitas diferenças técnicas entre as Regiões Norte-Nordeste e Centro-Sul e, mesmo dentro das regiões, existiam diferenças acentuadas de produtividade e escala de produção, sendo que tal cenário prevalece, ainda hoje, no Brasil.
      O processo de desregulamentação teve início em 1988, com o fim do monopólio das exportações de açúcar e das cotas internas de comercialização, seguido, em 1991, pela extinção das cotas de produção. Em 1998, o Governo Federal, por meio de portaria do Ministério da Fazenda, liberou a comercialização do álcool combustível. Após três adiamentos seguidos, em fevereiro de 1999 foram liberados os preços de todos os produtos da agroindústria canavieira: cana, açúcar cristal e etanol anidro e hidratado. As mudanças institucionais que ocorreram na economia brasileira desde a primeira metade dos anos 1990 causaram impactos diretos sobre o setor canavieiro.
      É importante ressaltar que o complexo canavieiro vem passando por um novo período de concentração e centralização de capitais, nas indústrias e propriedades agrícolas, que se revestem em concentrações técnicas e econômicas, já que, atualmente, fusões e incorporações se intensificaram nas regiões mais dinâmicas do setor sucroalcooleiro do Brasil, sobretudo, na Região Centro-Sul. 
      Paralelamente a isso, o setor industrial percebeu, na década de 1990, que a preocupação com os recursos naturais e seu uso racional poderiam proporcionar ganhos em um mercado cada vez mais competitivo e globalizado. Houve um gradativo incremento na demanda por sustentabilidade da agricultura, fomentado por movimentos ambientalistas, com o objetivo de preservar os recursos naturais e consumir produtos saudáveis, cuja produção não prejudica o meio ambiente.
      Neste contexto, ações voltadas para a qualidade dos produtos, responsabilidade social e gestão ambiental estão sendo implantadas intensamente em instituições sucroalcooleiras de todo o Brasil. Por se tratar de um setor tradicional e economicamente importante para o País, a agroindústria canavieira tem se modernizado e acompanhado essas novas tendências gerenciais. É importante destacar que o papel desse setor no processo do desenvolvimento sustentável e na utilização racional dos recursos naturais sempre foi um assunto polêmico.

      Processamento da cana de açúcar


      A cana-de-açúcar é a principal matéria-prima para a indústria sucroalcooleira brasileira. A agroindústria da cana envolve etapas, como: produção e abastecimento da indústria com matéria-prima; gerenciamento dos insumos, resíduos, subprodutos e da versatilidade da produção - de açúcar ou álcool; armazenamento e comercialização dos produtos finais. Estas etapas devem ser executadas com o emprego de técnicas eficientes de gerenciamento.
      A colheita, carregamento, transporte, pesagem, pagamento da cana pela qualidade, descarregamento e lavagem (Figura 1) são operações determinantes para um bom desempenho industrial. Estas etapas devem ser realizadas em sincronia com as operações industriais para que não ocorra sobreabastecimento, o que demanda armazenamento, com conseqüente queda na qualidade ou falta de cana para a moagem, ocasionando atrasos na produção.
        
       
      Na indústria, a cana pode ter dois destinos: produção de açúcar ou de álcool. Para a produção de açúcar, as etapas industriais são:
        • lavagem da cana;
        • preparo para moagem ou difusão (Figura 2);
        • extração do caldo: moagem ou difusão;
        • purificação do caldo: peneiragem e clarificação;
        • evaporação do caldo;
        • cozimento;
        • cristalização da sacarose;
        • centrifugação: separação entre cristais e massa cozida;
        • secagem e estocagem do açúcar.
          

        Já a produção de álcool envolve as seguintes etapas:
          • lavagem da cana;
          • preparo para moagem ou difusão;
          • extração do caldo: moagem ou difusão;
          • tratamento do caldo para produção de álcool;
          • fermentação do caldo (Figura 3); 
          • destilação do vinho;
          • retificação;
          • desidratação: álcool anidro ou hidratado.
            





          Extração
           Este tópico aborda os tipos de processos de extração do caldo proveniente da cana-de-açúcar, suas características e particularidades
          Tratamento do caldo
           Este tópico aborda o tratamento do caldo da cana-de-açúcar para a produção de álcool, destacando sua importância para o sucesso do processo fermentativo
          Geração de energia elétrica
           Este tópico aborda aspectos referentes à geração de energia elétrica a partir do bagaço da cana-de-açúcar
          Outros produtos
           Este tópico aborda os subprodutos da agroindústria da cana-de-açúcar e suas aplicações, que se constituem em uma fonte adicional de renda
          Fonte:
          http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/cana-de-acucar/arvore/CONTAG01_102_22122006154841.html

          Transporte da cana até a Usina


          Sistemas de transporte
          Após ser colhida, é necessário que a cana-de-açúcar seja transportada de modo adequado, uma vez que como a maioria dos produtos de natureza vegetal, a cana também está sujeita à rápida perda de qualidade. 
          São muitos os tipos de transporte utilizados para a cana-de-açúcar, entre os quais:
          Transporte rodoviário: Por meio da malha rodoviária circula cerca de 95% de toda cana-de-açúcar colhida no País, e as vias utilizadas podem pertencer à propriedade, aos municípios, aos estados ou ao Governo Federal.
          Existe uma série de veículos que podem ser utilizados para o transporte rodoviário da cana-de-açúcar, como: tratores, caminhões, carretas, animais de tração, entre outros. A escolha do tipo de veículo a ser utilizado está relacionada a distância do campo de produção à unidade industrial, às condições de tráfego das vias de circulação e aos custos operacionais de cada tipo de transporte. Ao produtor interessa entregar a maior quantidade de matéria-prima no menor tempo possível, reduzindo, assim, os custos dessa etapa da cadeia produtiva.
          Dentre os veículos disponíveis para o transporte da cana, os caminhões são os mais utilizados. O mercado oferece grande variedade de modelos que podem transportar de oito a 40 toneladas de carga líquida. 
          As composições de transporte rodoviário de cana mais comuns são apresentadas na Figura 1. Logicamente, as carrocerias para acomodação da cana variam em função do tipo de cana - inteira ou picada - a ser trabalhada.


          De acordo com a composição de transporte e o tipo de carroceria utilizada, variam a capacidade de carga, as velocidades de deslocamento (vazio e carregado), o tipo de carregamento no campo e o tipo de descarga na usina. Caso o dimensionamento do transporte não esteja adequado, poderão ocorrer problemas de abastecimento de cana na usina. Ainda em relação à infra-estrutura de transporte, é possível utilizar carretas e semi-reboques reserva em esquema de "bate e volta" para dinamizar a entrega da cana.
          Transporte ferroviário: Embora muito utilizado em outros países, como Austrália, o transporte ferroviário não muito adotado no Brasil, já que são poucas as usinas que possuem infra-estrutura (sistema de trilhos) para o recebimento da cana-de-açúcar vinda da lavoura. No Brasil, o transporte da cana é predominantemente rodoviário, utilizando-se de tratores, caminhões ou carretas para carregar os vagões ferroviários. 
          Transporte hidroviário: Este tipo de transporte também atua em associação com o transporte rodoviário. A maior desvantagem do transporte hidroviário da cana é o tempo gasto nessa etapa, que pode acarretar a perda da qualidade da matéria-prima vinda da lavoura. Embora a utilização desse tipo de transporte seja muito promissora, principalmente no transporte dos produtos finais, sua utilização ainda é incipiente na produção de cana do Brasil. 

          Fonte consultada:
          SILVA, J. E. A. R. da. Desenvolvimento de um modelo de simulação para auxiliar o gerenciamento de sistemas de corte, carregamento e transporte de cana-de-açúcar. 2006. 128 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) - Universidade Federal de São Carlos, São Carlos. 

          Colheita da cana de açúcar


          A colheita e o transporte da cana-de-açúcar podem comprometer, significativamente, a qualidade do produto final e os cortes subseqüentes. Por essa razão, tais atividades devem ser executadas de acordo com orientações técnicas precisas. 
          Em relação a seleção e operacionalidade de um sistema de colheita, especificamente para a cana-de-açúcar, a análise não deve limitar-se apenas a aspectos referentes à máquina ou à mão-de-obra. É preciso levar em consideração a fisiologia da cultura e os aspectos sociais, econômicos e tecnológicos. 
          Do ponto de vista fisiológico da cultura, a colheita representa o final do ciclo de crescimento e maturação, atingindo o máximo de produtividade agrícola permitida pelas condições de clima e solo da região, pela tecnologia agronômica e variedades utilizadas.
          No período de colheita, em municípios onde a atividade é importante economicamente, uma grande quantidade de mão-de-obra volante e, geralmente, desqualificada migra para essas cidades. Tal situação exige que os setores de promoção social das agroindústrias, e muitas vezes, dos municípios tenham que efetuar medidas que possam tornar a permanência desses indivíduos o menos impactante possível.
          Nessa época, é necessário, também, a administração eficiente da grande frota de tratores, veículos de transporte e carregadores. Portanto, há necessidade de uma administração eficiente durante o período de colheita, com ações que envolvam tanto o campo como o ambiente externo ao canavial.
          O aspecto econômico é dado em função não apenas da produção e produtividade agrícolas de colmos industrializáveis, mas ainda do adequado sistema de colheita definido pela agroindústria. Atendendo a todas as condições desejáveis de implantação e condução da cultura, o período de safra requer um complexo planejamento e gerenciamento por meio de mão-de-obra altamente qualificada, constituída de técnicos e engenheiros.
          Alguns fatores relacionados à colheita, carregamento e transporte comprometem a qualidade do produto final, como:
          • queima antecipada da cana-de-açúcar (no caso de queima pré-colheita);

          • corte tardio após a queimada;
          • cana cortada aguardando carregamento, por mais de 24 horas;
          • excesso de matéria estranha no carregamento;
          • pisoteio ou destruição das soqueiras pelos empregados ou máquinas de corte, carregamento e transporte.
          Em relação às opções de sistemas de colheita, as operações de corte, carregamento, transporte e recepção da matéria-prima podem ser resumidas em:
          Sistema manual: o corte e o carregamento são feitos manualmente, podendo haver transporte intermediário;
          Sistema semimecanizado: envolve o corte manual e o carregamento nas unidades de transporte, por carregadoras mecânicas;
          Sistema mecanizado: utiliza cortadoras de cana e carretas de transbordo (Figura 1), empregando somente mão-de-obra especializada como operadores de máquinas e tratoristas, sem a necessidade do emprego de trabalhadores braçais. A colheita mecanizada tem como principal vantagem a rapidez na execução do trabalho, porém, se esse trabalho não for bem executado as perdas em eficiência serão maiores.


          Fonte:
          http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/cana-de-acucar/arvore/CONTAG01_12_711200516716.html 

          Plantio da Cana-de-açucar

          Para a implantação de um canavial, deve-se fazer, iniciamente, o planejamento da área, realizando um levantamento topográfico. Nos locais de plantio é feito um trabalho de engenharia, conhecido como sistematização do terreno, no qual subdivide-se a área em talhões e aloca-se os carreadores principais e secundários.

          Atualmente, busca-se obter talhões planos mantendo linhas de cana com grande comprimento para evitar manobras das máquinas, otimizando operações mecanizadas. Em geral, os talhões de cana são subdivididos quanto à topografia e homogeneidade do solo e apresentam, em média, entre dez e 20 hectares. 

          Os princípios de conservação do solo e a execução de terraços devem orientar todo o planejamento da sistematização do terreno. Antes do plantio, é necessário, também, planejar o plantio das mudas ou buscar no mercado um fornecedor idôneo. O plantio da cana pode ser efetuado manualmente ou mecanicamente.


          ETAPAS



          O plantio compreende, basicamente, três etapas principais:

          •  corte de mudas;
          • distribuição no sulco;
          • corte dos colmos em pedaços menores, dentro do sulco;
          • cobertura

          ÉPOCAS DE PLANTIO

          A escolha adequada da época de plantio é fundamental para o bom desenvolvimento da cultura da cana-de-açúcar, que necessita de condições climáticas ideais para se desenvolver e acumular açúcar. Para seu crescimento, a cana necessita de alta disponibilidade de água, temperaturas elevadas e alto índice de radiação solar. A cultura pode ser plantada em três épocas diferentes: sistema de ano-e-meio, sistema de ano e plantio de inverno.

          Fonte:
          http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/cana-de-acucar/arvore/CONTAG01_33_711200516717.html



          Abaixo segue um link de vídeo que mostra o processo de plantio da cana de açúcar
          http://www.unica.com.br/usina-virtual/video-new/usina-virtual.htm